Júlio Rocha Neto e o delegado
* Aluizio Palmar
Argeu Saraiva Valério era um daqueles delegados de polícia zelosos em servir e bajular seus chefia da delegacia de Foz do Iguaçu, ele entrou em choque com o comando político do município, que na época era exercido por Júlio Rocha Neto, então presidente da Arena. No país, governado pelo general Garrastazu Médici, a Arena mandava e desmandava e seus chefes eram as autoridades máximas nos municípios.
superiores. Em 1972, ocupando a
Certa ocasião, Argeu Saraiva foi convocado para ir até o escritório de Julio Rocha Neto. Imaginando que deveria ser alguma bronca, o delegado, antes que Julinho dissesse alguma coisa, encheu o chefe da Arena de elogios e jurou lealdade ao partido e a “revolução”. Comentou, inclusive, seus serviços de espionagem e delação daqueles que se opunham ao sistema político imposto ao País. Mas a lengalenga do delegado não durou muito. Todo-poderoso, o representante do partido da ditadura em Foz do Iguaçu interrompeu Argeu Saraiva e foi logo dizendo:
- O senhor está contrariando meus amigos e correligionários e isso eu não admito.
- Mas doutor ...
- Já falei com o deputado João Mansur e o senhor vai ser transferido
- ... eu sou um homem leal ao governo, doutor e se depender de mim não vou pedir minha transferência.
- Eu só estou comunicando ao senhor a nossa decisão.
Dito isso Julio Rocha Neto, ajeitou uns papéis que estavam em cima da escrivaninha, levantou-se da cadeira, caminhou até a porta do escritório e a abriu de par a par para o delegado sair.
Magoado com o acontecido, Argeu Saraiva foi até a delegacia que funcionava num prédio localizado na Rua Rio Branco, onde hoje é a Praça da Paz, e escreveu um longo relatório ao delegado Chefe da Divisão Policial do Interior, Ricardo Taborda Ribas.
Em sua narração, Saraiva botou merda no ventilador e escrachou de uma só vez todos os políticos iguaçuenses. Destilando veneno, o delegado relatou pormenores da vida particular de cada um, para por fim dizer que nenhum deles tinha moralpara pedir sua cabeça.
Não deu outra. Saraiva acabou se queimando com seus superiores. Quebrou a cara ao revelar a vida íntima de seus desafetos.
Argeu Saraiva Valério era um daqueles delegados de polícia zelosos em servir e bajular seus chefia da delegacia de Foz do Iguaçu, ele entrou em choque com o comando político do município, que na época era exercido por Júlio Rocha Neto, então presidente da Arena. No país, governado pelo general Garrastazu Médici, a Arena mandava e desmandava e seus chefes eram as autoridades máximas nos municípios.
superiores. Em 1972, ocupando a
Certa ocasião, Argeu Saraiva foi convocado para ir até o escritório de Julio Rocha Neto. Imaginando que deveria ser alguma bronca, o delegado, antes que Julinho dissesse alguma coisa, encheu o chefe da Arena de elogios e jurou lealdade ao partido e a “revolução”. Comentou, inclusive, seus serviços de espionagem e delação daqueles que se opunham ao sistema político imposto ao País. Mas a lengalenga do delegado não durou muito. Todo-poderoso, o representante do partido da ditadura em Foz do Iguaçu interrompeu Argeu Saraiva e foi logo dizendo:
- O senhor está contrariando meus amigos e correligionários e isso eu não admito.
- Mas doutor ...
- Já falei com o deputado João Mansur e o senhor vai ser transferido
- ... eu sou um homem leal ao governo, doutor e se depender de mim não vou pedir minha transferência.
- Eu só estou comunicando ao senhor a nossa decisão.
Dito isso Julio Rocha Neto, ajeitou uns papéis que estavam em cima da escrivaninha, levantou-se da cadeira, caminhou até a porta do escritório e a abriu de par a par para o delegado sair.
Magoado com o acontecido, Argeu Saraiva foi até a delegacia que funcionava num prédio localizado na Rua Rio Branco, onde hoje é a Praça da Paz, e escreveu um longo relatório ao delegado Chefe da Divisão Policial do Interior, Ricardo Taborda Ribas.
Em sua narração, Saraiva botou merda no ventilador e escrachou de uma só vez todos os políticos iguaçuenses. Destilando veneno, o delegado relatou pormenores da vida particular de cada um, para por fim dizer que nenhum deles tinha moralpara pedir sua cabeça.
Não deu outra. Saraiva acabou se queimando com seus superiores. Quebrou a cara ao revelar a vida íntima de seus desafetos.
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